1. |
Espuma
04:03
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as formigas se suicidam na minha xícara de café o mosquito abre as asas e anda torto depois de sair de um copo de cerveja as luzes de Natal desta cidade conseguem matar qualquer rima.
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2. |
O último gole
02:42
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por que não aceitá-la? pergunto-me. por que pensar que a mato mais um pouquinho quando outro gole de cerveja desce raspando a garganta? por que me maltratar e maltratá-la, se ambas podemos maltratar o mundo? por que fingir que talvez ela possa se transformar em uma menina doce, senão na própria lucidez, ao menos em algo parecido, um meio termo? por que continuar inventando personagens se é a ela - e somente a ela - que quero me referir? até quando, pergunto-me, continuarei retendo-a nisso que chamo de armário. e que ele chama de peito. até quando inventarei nomes, pintarei terceiras pessoas, e ele a chamará de pássaro azul. se não é azul a cor deste ser. se nunca foi. se não há tinta que o faça ser. até quando ela irá obedecer ao impulso. e eu a uma razão que não sei de onde sai. e até quando continuaremos chocando esses dois extremos, recolhendo os cacos e indo até o mercado da esquina para comprar super bonder.
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3. |
Pulso
01:16
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eu quero saber o que você quer dizer quando vem me falar dessas coisas – são tantas interpretações possíveis – onde tá você e essa tv que nem quero ter o que eu quero é te ver sem ser moída vou te dizer que hoje eu consegui dormir mas não consegui não sem você.
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4. |
Cada cabeça uma sentença
02:26
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5. |
Nós
01:29
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6. |
Almoço de terça
02:28
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7. |
Alguém na porta
02:29
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eu ando. acho que é isso: eu ando. não sei pra onde, mas continuo caminhando. às vezes, em um impulso que eu não sei de onde sai, ecstasyada por uma ânsia que faz meu coração pulsar mais forte e encostar na parte da frente do peito, saio correndo pelas ruas quando já é tarde demais para que qualquer outra pessoa esteja nela. e ando dormindo tarde também. sem pensar que no outro dia devo estar de pé antes das 8h. ando não pensando. ando para o trabalho e depois ando de bicicleta. e ando esperando as ideias enquanto os textos andam brotando na minha mente, a cada pedalada, a cada chuveirada no final da tarde. o trem me faz andar quando estou parada. a vida me empurra quando tento cessar o passo. ando sentindo. acho que sempre andei sentindo. e que o sentir está sempre em movimento. sinto enquanto ando. é uma coisa que nunca acaba. nunca posso dizer assim: hoje eu não senti andando. são duas coisas que estão terminantemente ligadas. até quando durmo eu ando. e sinto. normalmente não sigo uma linha reta. muitas vezes os meus pés se enroscam e eu tropeço. é porque nunca paro de andar. e andar sem pensar é aceitar sem contestar o que acontece. aceitar que o que acontece só acontece porque devia ter acontecido. e que não havia outra possibilidade. eu ando sem esperanças. ando de pés descalços. ando me arriscando em um canto que não ensaiei. nunca se ensaia o andar. um dia você acorda e, pronto, sabe andar. não é algo que deva ser planejado.
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8. |
Cometi um erro
06:54
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Bichano Records Brazil
Selo independente do Rio de Janeiro, lançando coisas bonitas e, acima de tudo: sinceras.
DIY label from Rio de Janeiro, releasing cute and sincere stuff.
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